O PRIMEIRO MILAGRE

EQUIPE  DE OTORRINOS QUE ME ACOMPANHOU NA PRIMEIRA INTERNAÇÃO NO HOSPITAL DAS CLINICAS, NA ORDEM OS RESIDENTES DR. MATEUS E MARCOS AURÉLIO, E OS INTERNOS DRS. ANTONIO SERRA, VICTOR E DANIEL

COM MINHA MÃE QUE DURANTE OS 35 DIAS DIVIDIU ALGUNS COMIGO

Quando cheguei no Hospital das Clinicas no dia 26 de Dezembro junto com meu amigo Camilo que me foi me deixar em Fortaleza, eu já sabia que meu problema era sério e que não ia ser fácil vencer essa batalha, primeiro porque eu já não tinha voz e segundo eu tinha uma forte dispneia falta de ar), e terceiro porque era final de ano e eu sabia que nessa época não tinha médico para atendimento ambulatorial, mais eu sempre gostei de vencer desafios, sejam eles quais fossem, então cheguei no hospital e comprovei que realmente não tinha médico, mais lembrei que no tempo que eu lutava pela vida dos outros eu nunca desistia, e nunca deixava nada pelo caminho, e não era no momento que eu tava lutando pela minha que eu ia desistir, então fiquei andando pelos corredores praticamente vazios do hospital, ai lembrei que na Clinica Cirúrgica sempre aparece um médico pra acompanhar algum paciente que ta interno aguardando cirurgia, e mesmo cambaleante sai pra lá, subi uma rampa longa, duas escadas e andei um longo corredor, cheguei lá nas ultimas quase não respirava mais, porem ali estavam minhas ultimas esperanças, falei com a pessoa responsável pelo setor e ela falou que o medico que tinha, ja tinha vindo pela manhã cedo, e que dificilmente ele voltaria por lá, mais que eu aguardasse um pouco, eu me sentei para descansar e aguardar, no fundo eu sabia que DEUS não ia me abandonar, nesse momento enquanto eu conversava com DEUS, passou a minha frente o DR. SEBASTIÃO DIÓGENES, Professor e Chefe do ambulatório de Otorrino do Hospital Universitário, quando o vi, uma uma alegria repentina surgiu dentro de mim, só que ele passou rápido demais, e eu não podia gritar o seu nome, porque não tinha voz, e não podia acompanha-lo, porque não tinha folego para seguir seus passos, mesmo assim sai em seu encalço e vi quando ele entrou no elevador, ele ia fechando a porta quando eu entrei e quase cai aos seus pês, ele me cumprimentou e perguntou como eu estava, eu disse que não tava bem, e precisava de imediato da ajuda dele, alias nem falei, pois ele só de me ver, já dava pra notar o meu estado, ele falou que eu tinha de internar com urgência  mais naquele dia não tinha um residente para fazer a internação, ele só tinha ido lá para assinar um documento dos alunos, eu mostrei um exame de laringoscopia feito pelo DR CICERO SILVÉRIO  e ele ao ver o exame de imediato ligou para o Dr. Marcos Aurélio, Médico residente para que ele fizesse as pressas a minha internação e assim eu entrasse logo no oxigênio  e assim foi feito, só que a cirurgia ia demorar muito, porque era quinta feira dia 27, e o cirurgião só voltava depois do ano novo, e aguentar esse todo só no oxigênio eu não ia aguentar, foi ai que ele teve a magnifica ideia da colocar o TAQUEOSTROMO para que eu pudesse respirar melhor e assim ele ficar mais tranquilo e fazer com calma os exames necessários, e assim um procedimento cirúrgico foi feito para a introdução do taqueostromo, foi rápida a cirurgia, mais o taqueostromo incomoda demais, porem fui me adaptando e vem dando certo.

Durante este período de recesso eu fiz duas tomografias, uma endoscopia, vários raio X, e um eletro cardiograma, quando os médicos voltaram do recesso eu fui chamado para conversar e fazer uma laringoscopia, mais as noticias que recebi não foram nada boas, tinha dado problemas em todo canto, principalmente na Laringe, local afetado que tinha me levado a viver todo aquele drama que eu tava vivendo naquele momento, mais que eu não teria noticias boas eu já sabia, porem eu tinha ido preparado, e nada eu tinha a temer. Recebi do Médico Cirurgião a noticia de que o caso não era simples, e que a cirurgia seria de grande proporção, porem uma biopsia seria feita durante a cirurgia, para confirmar o diagnostico da tomografia, se a biopsia fosse confirmada, a cirurgia seria feita na mesma hora, se não, um tratamento resolveria, só que a biopsia foi feita e confirmou o resultado, e na hora que o médico ia começar o outro procedimento cirúrgico o meu coração teve um problema na hora e a cirurgia foi cancelada, o risco de uma parada cardíaca seria muito grande, e o certo seria esperar. 

Desde então passamos a cuidar do coração e a viver o drama da cirurgia da laringe, confesso que em nem um momento desse drama eu senti medo ou deixei me abalar por todos estes problemas, não que eu seja durão, mais é que ha 12 anos eu venho me preparando para esse momento, e não vou deixar que nada me tire a alegria de viver.

Fiz um eco stress para tentar a cirurgia, mais não foi conclusivo, então achamos melhor 15 dia sem casa tomando remédio para o coração e voltar depois do carnaval para tentar a cirurgia, porem é bem provável que um procedimento seja feito no coração antes da cirurgia na laringe,mais é como eu sempre disse, a minha parte eu faço, o médico faz a dele, e DEUS cuida do restante, então não tenho nada a temer.


SEI que minha luta ainda tá no inicio, e muito sofrimento virá pelo caminho, mais tenho armas poderosas para enfrentar tudo, tenho minha família que está se dedicando ao máximo, meus amigos e amigas que não medem esforços para ajudar, sejam em orações ou mensagens, ou financeiramente como muitos fazem, em fim um quadro de médicos responsáveis e cuidadosos, que vem cuidando da minha vida com muito zelo, Capitaneada pelo Dr. Sebastião, pelos residentes DR. Marcos Aurélio, DR. Mateus, e os internos Doutores Victor, Antonio Serra e Daniel. Todos não poupam esforços para ajudar a vencer essa batalha, além do cirurgião que fará a cirurgia Dr. André Alencar.

O primeiro milagre acontecido ai foi encontrar em pleno feriado e em um més de recesso, dois médicos que facilitassem a internação e assim agente pudesse começar um tratamento