terça-feira, 13 de março de 2012

Ricardo Teixeira renuncia e deixa CBF após 23 anos

José Maria Marin, dirigente que assumiu o comando da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) na quinta-feira, informou que Ricardo Teixeira renunciou ao cargo de presidente da entidade, que ocupava desde 1989. Marin permanecerá à frente da entidade máxima do futebol brasileiro até o fim de 2014, quando se encerraria o mandato de seu antecessor. Ele também exercerá as funções de Teixeira no Comitê Organizador Local da Copa de 2014 (COL).

Ao fazer o anúncio, Marin cometeu uma gafe ao afirmar que atuará no comitê ao lado de "um grande ex-jogador, o Romário". Ao perceber o erro, corrigiu-se e disse que quis referir-se a Ronaldo. Hoje deputado federal, Romário é um dos maiores críticos do trabalho de Teixeira à frente da CBF e chegou a declarar que a sua saída seria extremamente benéfica ao futebol brasileiro.
Em entrevista coletiva concedida na manhã desta segunda-feira, Marin leu a carta de despedida escrita por Ricardo Teixeira. No texto, ele diz sair do cargo com "a sensação de dever cumprido". Durante sua gestão, o Brasil conquistou duas Copas do Mundo (1994 e 2002) e chegou à final de mais uma, em 1998, quando foi derrotado por 3 a 0 pela França.

"Presidir paixões não é uma tarefa fácil. Futebol em nosso país é associado a duas imagens: talento e desorganização. Quando ganhamos, exaltam o talento. Quando perdemos, a desorganização. Fiz o que estava ao meu alcance. Renunciei à saúde. Fui criticado nas derrotas e subvalorizado nas vitórias", diz o texto.
Ricardo Teixeira deixa o comando da CBF após 23 anos
Ricardo Teixeira deixa o comando da CBF após 23 anos
 
O novo presidente da CBF disse que não haverá mudanças na entidade, negou a possibilidade da organização de eleições antes da data prevista e revelou que todos os vice-presidentes e diretores da CBF entregaram os seus cargos, mas que ele pediu para que continuasse: "Se são da confiança de Ricardo Teixeira, são da minha também", declarou.

O advogado e ex-jogador de futebol José Maria Marin presidiu a Federação Paulista de Futebol entre 1982 e 1988 e chefiou a delegação brasileira na Copa do Mundo de 1986, no México. Em 1982 assumiu o governo de São Paulo após a saída de Paulo Maluf, que decidiu candidatar-se a deputado federal. Permaneceu no cargo por cerca de 10 meses.

Em janeiro deste ano, Marin foi alvo de polêmica ao ser flagrado guardando em seu bolso uma medalha que deveria ser entregue aos jogadores do Corinthians, campeão da Copa SP de Futebol Junior. Sobre o caso, defendeu-se: "Foi uma cortesia. É uma verdadeira piada".

Fim de uma era
Ex-genro deJoão Havelange, Ricardo Teixeira assumiu a presidência da CBF em 1989. Em sua gestão, o Brasil conquistou duas Copas do Mundo (1994 e 2002), três Copas das Confederações (1997, 2005 e 2009) e cinco Copas Américas (1989, 1997, 1999, 2004 e 2007). Mas os resultados dentro de campo não foram suficientes para apagar as diversas denúncias de corrupção em que o dirigente esteve envolvido.

Em 1991, antecipou as eleições previstas para o ano seguinte, impedindo a participação dos clubes na votação. Dois anos depois, Pelé o acusou de favorecer a empresa de marketing Traffic na concorrência pelos direitos de transmissão do Campeonato em troca de propina. Em 1994, é denunciado após ter supostamente ordenado a liberação, sem pagamento de impostos, de aparelhos eletrônicos comprados pelos atletas campeões da Copa do Mundo. Na viagem teria trazido três chopeiras para um restaurante que possui no Rio.

Em 2000, é um dos um dos alvos da CPI do Futebol, no Senado, e da CPI da Nike, Câmara, que investigou os contratos firmados entre a CBF e a fabricante de material esportivo. É acusado de evasão de divisas, sonegação de impostos, apropriação indébita e lavagem de dinheiro. Não foi condenado. Um livro sobre o caso teve a publicação proibida pela Justiça.

Voltou a ter seu nome ligado a irregularidades em 2009, quando a Ailant, uma das empresas envolvidas na organização de um amistoso entre Brasil e Portugal, no Distrito Federal, teria superfaturado os gastos do evento. Ela pertence a Sandro Rosell, seu amigo pessoal. Em 2011, foi acusado pela rede britânica BBC de receber propina da ISL, empresa de marketing já falida. No mesmo ano, Teixeira foi acusado de pedir dinheiro em troca de votos para a candidatura inglesa à sede da Copa de 2018, mas foi considerado inocente.

Leia a carta de Ricardo Teixeira na íntegra:
Ser presidente da CBF durante todos esses anos representou na minha vida uma experiência mágica. O futebol no Brasil é mais que um esporte, mais que uma competição. Por essas razões pensei muito na decisão que agora comunico.

Presidir paixões não é uma tarefa fácil. Futebol em nosso País é sempre associado a duas imagens: talento e desorganização. Quando ganhamos, exaltam o talento, Quando perdemos, a desorganização. Fiz o que estava ao meu alcance. Sacrificando a saúde e o convívio familiar. Fui criticado nas derrotas e subvalorizado nas vitórias.

Administrei a confederação de futebol mais vitoriosa do mundo, mais seus sonhos, seu orgulho, e seu sentimento de pertencer a uma grande torcida.

Ao trazer a Copa de 2014, o Brasil teve o privilegio de se inserir na pauta mundial. Alavancou economia e alavancou orgulho.

Tentei no limite das minhas forças organizar os talentos. Criei campeonatos de pontos corridos, aumentando as rendas.

Hoje deixo definitivamente a presidência da CBF com a sensação do dever cumprido. A felicidade de ver nos rostos do brasileiros a alegria.

Deixo a CBF, mas não deixo a paixão pelo futebol. A partir de hoje coloco-me à disposição da entidade. Reúno-me com mais força à minha família, que entende minha missão e me faz ainda mais feliz.

Agradeço aos presidentes de clubes e federações estaduais. Amigos leais em quem sempre encontrei apoio.

À torcida brasileira, meu muito obrigado. Nunca me esquecerei das taças sendo erguidas. Elas estão no coração de cada um de nós.

Ricardo Terra Teixeira

Fonte Jornal do Brasil

Após polêmica, Corinthians anuncia rescisão do contrato de Adriano

Após ser barrado pelo técnico Tite do jogo contra o Guarani, no último sábado, o atacante Adriano teve o seu contrato com o Corinthians rescindido. O clube alvinegro anunciou a saída do Imperador, no início da noite desta segunda-feira, em nota oficial.

Adriano tinha contrato até o próximo mês de junho, mas acabou envolvendo-se em mais uma polêmica nos últimos dias. Nos próximos dias, os representantes do atleta e o departamento jurídico do clube negociarão os detalhes da rescisão.

Após o treino da última sexta-feira, Tite anunciou que Adriano não seria mais relacionado para a partida contra o Guarani. O atacante seria titular, mas o treinador demonstrou insatisfação com o jogador e falou em decepção, falta de empenho e até reavaliação da importância do Imperador para o elenco.

"Ele não sai sem receber nada. Nosso departamento jurídico vai sentar com o advogado dele e entrar em um acordo", informou Roberto de Andrade, vice-presidente de futebol alvinegro, à Rádio Globo.

O vínculo assinado em março do ano passado previa o pagamento integral dos salários em caso de rescisão, o que não deve acontecer, uma vez que Adriano também demonstrou vontade de sair.

"Nós não podemos perder o foco naquilo que julgamos ser mais importante, as competições que estamos disputando. Não é hora de ficar criando problemas, nem da nossa parte e nem da parte de nenhum atleta. Conversamos com o Adriano e ele não está satisfeito com tudo o que aconteceu, por não ter conseguido dar alegrias para a torcida. Agora, ele vai seguir a vida dele. O Corinthians abriu as portas, mas não houve sucesso", acrescentou

Adriano chegou ao Parque São Jorge em março de 2011, pouco atuou e fez apenas dois gols pelo time. Foram apenas 350 minutos em campo, sendo que 277 minutos foram neste ano.

Logo no início de sua trajetória, ele passou algumas semanas tentando recuperar a forma física. No entanto, menos de um mês depois, o atacante de 30 anos sofreu uma lesão e rompeu o tendão de Aquiles, ficando afastado dos gramados por cerca de seis meses após uma cirurgia.

O Imperador voltou a jogar em outubro e fez o seu primeiro gol pelo Corinthians na vitória sobre o Atlético-MG, por 2 a 1, em novembro, gol no final da partida e de grande importância para o título brasileiro do clube. Em 2012, também lutou para atingir o peso ideal e entrou um pouco mais nas partidas. Na vitória sobre o Botafogo-SP por 1 a 0, pelo Paulistão, fez o seu segundo gol pelo alvinegro.

FONTE  ESPN