Cheguei numa
loja pra comprar uma camisa e a vendedora educadamente perguntou: pois não, em
que posso ajudá-lo? Respondi que queria uma camisa social! Ela me olhou e notou
o taqueostromo na minha garganta , viu minha dificuldade pra respirar e falou:
temos essa que é muito boa, mais é cara, você não quer olhar uma mais barata? Eu
ri pra mim mesmo e notei que ela me atendia como uma pessoa que precisasse de
ajuda e com uma sensação de pena, ela achava que pelo problema que eu apresentava ter, eu não teria
condições de comprara uma camisa melhor e mais cara, então com dificuldades eu
falei(escrevendo): eu quero a melhor.
Estava em
Fortaleza no centro pra comprar um remédio na ultima quinta feira, quando
resolvi parar pra almoçar, então na farmácia
mesmo eu perguntei a vendedora onde tinha um lugar bom pra almoçar, ela me
olhou bem e falou: tem um ótimo restaurante ali perto, mas é mais caro, pra você
é melhor um que tem no outro lado, lá a comida é boa e é mais barata.
É impressionante a maneira de como as pessoas julgam pela aparência! Noto
que as pessoas me atendem com pena e sempre me mostram a segunda opção, que é
sempre a mais barata, infelizmente para algumas pessoas o meu problema passa uma
impressão de que alem da doença, também tem o lado da pobreza, que para muita
gente, também é uma doença.
Quando o médico em janeiro de 2013 me disse que eu tinha câncer, eu decidi que durante o tempo que me restasse de vida, eu faria de tudo para ter sempre o melhor pra mim, uma boa comida, uma roupa, claro que tudo dentro de minhas posses e de meus limites, mas as pessoas acham que quem tem câncer, também tem que ser pobre e digno de pena.