domingo, 26 de outubro de 2014

MOMENTOS DE UMA TRAJETORIA DE LUTA

Cheguei numa loja pra comprar uma camisa e a vendedora educadamente perguntou: pois não, em que posso ajudá-lo? Respondi que queria uma camisa social! Ela me olhou e notou o taqueostromo na minha garganta , viu minha dificuldade pra respirar e falou: temos essa que é muito boa, mais é cara, você não quer olhar uma mais barata? Eu ri pra mim mesmo e notei que ela me atendia como uma pessoa que precisasse de ajuda e com uma sensação de pena, ela achava que pelo  problema que eu apresentava ter, eu não teria condições de comprara uma camisa melhor e mais cara, então com dificuldades eu falei(escrevendo): eu quero a melhor.

Estava em Fortaleza no centro pra comprar um remédio na ultima quinta feira, quando resolvi parar pra almoçar,  então na farmácia mesmo eu perguntei a vendedora onde tinha um lugar bom pra almoçar, ela me olhou bem e falou: tem um ótimo restaurante ali perto, mas é mais caro, pra você é melhor um que tem no outro lado, lá a comida é boa e é mais barata.

 É impressionante a maneira de como as pessoas julgam pela aparência! Noto que as pessoas me atendem com pena e sempre me mostram a segunda opção, que é sempre a mais barata, infelizmente para algumas pessoas o meu problema passa uma impressão de que alem da doença, também tem o lado da pobreza, que para muita gente, também é uma doença.

Quando o médico em janeiro de 2013 me disse que eu tinha câncer, eu decidi que durante o tempo que me restasse de vida, eu faria de tudo para ter sempre o melhor pra mim, uma boa comida, uma roupa, claro que tudo dentro de minhas posses e de meus limites, mas as pessoas acham que quem tem câncer, também tem que ser pobre e digno de pena.